9 de outubro de 2009

E-mail de uma estudante publicado no jornal Diário da Manhã

Universidade Morta

Sou estudante do curso de Fisioterapia da UEG e gostaria de poder esclarecer algumas coisas. Primeiramente, a sociedade não está sabendo o que acontece com esta universidade, se é que podemos chamá-la assim. Estamos passando por uma situação crítica e deplorável e podemos contar apenas com nossos ideais. Fiquei muito triste ao ouvir de uma rádio que nós, estudantes da UEG, somos um bando de vândalos, que paramos a Anhanguera e impedimos a passagem de trabalhadores que, segundo o radialista, não tinham nada a ver com a causa. Infelizmente, a sociedade não entende que nós estamos ali, estudando, estagiando e trabalhando todos os dias em péssimas condições para atender nossa comunidade, suprir a necessidade de uma população carente e que todos estes tralhadores pagam impostos para manter a qualidade e a estrutura da Universidade Estadual de Goiás. Como dizer então, que estes trabalhadores, não tem nada a ver com a causa?
Segundo, que vandalismo é destruir bens públicos, e a única coisa pública que está destruída é a nossa universidade. Não destruímos nada, contamos e colaboramos com a Polícia e com o Corpo de Bombeiros. Aquele foi um movimento pensado e passivo, de desespero de estudantes que estão prestes a perderem seus diplomas, que estão prestes a perderem sua universidade e todos os anos de estudo. Ainda acreditamos em uma universidade pública de verdade, apesar de todas as evidências mostrarem o contrário. Infelizmente, a única maneira de atrair a mídia foi esta, pois mandar e-mail, mensagens e chamar os meios de comunicação para participar das assembleias que estão sendo realizadas não adiantou. A sociedade finge ou não quer ver o que está acontecendo com o dinheiro tirado de seus bolsos.
O reitor de nossa universidade sempre passa informações de que este concurso será realizado, este foi um dos motivos que ocasionaram a greve de 2007 e desde então, nada é feito. Aliás, discursos e mais discursos, mas nada de ações.
Não sei se este e-mail causou alguma indignação, mas não quero que minha universidade se acabe, isto não é um circo para ser alvo das risadas de políticos corruptos. Infelizmente, estas informações não são necessárias e importantes para serem divulgadas pelos meios de comunicações, assim, peço que todos, pelo menos, tentem entender o porquê de uma paralisação da Anhanguera. Tentem entender o motivo do desespero dos estudantes que, com certeza, não são um bando de arruaceiros querendo bagunça. É fácil criticar quando não se vivencia.
Não só eu, mas como todos estes estudantes estão de luto por uma universidade morta.

Brunna Loureiro Di Naccio, estudante do 3° período do curso de Fisioterapia da UEG, via e-mail

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